viernes, 29 de junio de 2018

LA TRASHUMANTE MANAGEMENT

VERSONAUTAS en Nits al Claustre del Museu de BB.AA. de Castelló
 

VERSONAUTAS
Cool spoken word

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RESEÑA DEL ESPECTÁCULO EN "EL MUNDO"
PRÓXIMOS RECITALES DE MANSILLA Y LOS ESPÍAS
 

MANSILLA Y LOS ESPÍAS
"Dejad que los colgados se acerquen a mí" 100% spoken word.

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Mansilla y los espías en el festival Poetas de Madrid
Mansilla y los espías en el festival Vociferio de València
 

CARLOS LUNA
Y CLARA DE LUNA
"No hay ninguna imagen disponible". Spoken word de altura.

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VÍCTOR LÓPEZ
"Phono Sonus"
ambient + spoken word.

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+ CATÁLOGO 2018
 

CUERDOS VOCALES


"En boca cerrada" polipoesía con Jesús Ge y Pedro Verdejo.

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ESTEVE BOSCH
DE JAUREGUÍZAR

"Poético Directo"
Poesía & Rock & Roll

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¡¡Escritura en directo, el público decide!!

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LAS HERMANAS
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Cabaret poético.

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DAVID TRASHUMANTE EN EL CICLO SONHORAS (BCN)
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sábado, 23 de junio de 2018

21veintiúnversos y del cuaderno poético Sin monedas para los ojos del héroe del autor canario Pedro Flores.

21veintiúnversosy del cuaderno poético Sin monedas para los ojos del héroe del autor canario Pedro Flores.
Vuelve Banda Legendaria al Puerto de Valencia con la presentación del número seis de su revista 21veintiúnversosy del cuaderno poético Sin monedas para los ojos del héroe del autor canario Pedro Flores.
Os prometemos, como siempre, la mejor poesía inédita y el mejor ambiente artístico reunidos en el espacio Dos Lunas beach, donde a continuación del acto compartiremos una estupenda cena junto al mar.


Portada de nuestra amiga @PamenPereira

martes, 19 de junio de 2018

SARAU PARA TODOS: Casa - por Warsan Shire

SARAU PARA TODOS: Casa - por Warsan Shire:     ninguém sai de casa a menos que casa seja a boca de um tubarão você só corre para a fronteira quando vê a cidade inteira c...



ninguém sai de casa a menos que
casa seja a boca de um tubarão
você só corre para a fronteira
quando vê a cidade inteira correndo também

seus vizinhos correndo mais rápido que você
fôlego sangrento em suas gargantas
o menino com quem você foi à escola
que te beijou e deixou tonta atrás da velha fábrica de latão
está carregando uma arma maior do que o corpo dele
você só sai de casa
quando a casa não te deixa ficar.

ninguém sai de casa a menos que a casa te persiga
fogo embaixo dos pés
sangue quente na sua barriga
não é algo que você já tenha pensado em fazer
até que a lâmina queimada ameaça entrar
no seu pescoço
e mesmo assim ainda você ainda carregou o hino sob
seu fôlego
só rasgou seu passaporte nos banheiros do aeroporto
soluçando enquanto cada pedaço de papel
deixava claro que você não ia mais voltar.

você tem que entender
que ninguém coloca seus filhos em um barco
a menos que a água seja mais segura que a terra
ninguém queima suas palmas
sob trens
embaixo de vagões
ninguém gasta dias e noites no estômago de um caminhão
se alimentando de jornais a menos que os quilômetros viajados
signifiquem algo mais do que jornada.
ninguém rasteja por debaixo de cercas
ninguém quer receber surra
piedade

ninguém escolhe campos de refugiados
ou revistas íntimas em que seu
corpo fica doendo
ou a prisão,
porque a prisão é mais segura
do que uma cidade de fogo
e um guarda de prisão
na noite
é melhor do que um caminhão
de homens que se parecem com seu pai
ninguém conseguiria suportar
ninguém conseguiria digerir
ninguém teria uma pele tão dura

os
vão embora negros
refugiados
imigrantes sujos
requerentes de asilo
sugando nosso país até secá-lo
macacos com as mãos abertas
eles cheiram estranho
selvagens
bagunçaram o país deles e agora querem
bagunçar o nosso
como as palavras
os olhares sacanas
escorrem pelas suas costas
talvez porque o golpe é mais leve
do que um membro decepado

ou as palavras são mais macias
do que catorze homens entre
as suas pernas
ou os insultos são mais fáceis
de engolir
do que cascalho
do que osso
do que o corpo do seu filho
em pedaços.
eu quero ir para casa,
mas casa é a boca do tubarão
casa é o tambor da arma
e ninguém sairia de casa
a menos que a casa tenha te perseguido até a praia
a menos que a casa tenha te dito
para apressar as pernas
deixar suas roupas para trás
rastejar pelo deserto
vagar pelos oceanos
se afogar
salvar
ter fome
pedir
esquecer o orgulho
sua sobrevivência é mais importante

ninguém deixa sua casa até que casa seja uma voz suada no seu ouvido
dizendo –
saia
fuja de mim agora
eu não sei o que eu me tornei
mas eu sei que qualquer lugar
é mais seguro que aqui.
 
 
 Publicado em 13 de out de 2016
A cura di UNHCR Alto Commissariato delle Nazioni Unite per i Rifugiati. Lettura di GIORGIO CRISAFI. https://youtu.be/yEfEJ4GapRE