Estos si que son amigos del alma, celebran la hospitalidad y reniegan de la miserable abundancia.
Poema de David Eloy Rodriguez:
Al fuego en el que comprendimos el bosque
No hicimos sino apropiarnos de la vida,
batirnos con el tiempo.
Fuimos las veces en que quisimos
vivir para siempre.
Las veces en que quisimos morir.
Fuimos lo que le ganamos a la muerte:
conocimientos de relámpago,
encuentros de luz,
un tiempo que ya no se olvida.
Eso es lo que nos sobrevive:
como el esqueleto de la ballena
que queda varado en la playa
y demuestra que hubo ballena.
Como la bufanda y el sombrero
de un muñeco de nieve.
Marat-Sade, 1998
El problema ahora
es que hay muchos vigilantes
y pocos locos.
El problema ahora
es que la jaula está
en el interior del pájaro.
poesia en la calle, desde la calle, la palabra tomando la palabra, la palabra es lo unico que sigue siendo de todos pero sobre todo alcanza su maximo poder en boca de la pobreza. La poesia es nuestra arma favorita. Los poetas, nuestros destiladores magnificos.
sábado, 28 de marzo de 2009
amigos del alma
jueves, 26 de marzo de 2009
LEÓN FELIPE, 125 ANIVERSARIO
lunes, 9 de marzo de 2009
partido surrealista situacionista libertario: ALBERTO PIMENTA
Alberto Pimenta - Filho da puta I
O pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.
no entanto, há
filhos-da-putaque nascem
grandesefilhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos
palmos,diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno
filho-da-puta.
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho
em ser
o pequeno filho-da-puta.
todos os grandes
filhos-da-puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno
filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do
pequeno filho-da-puta
estão em ideia
todos os grandes filhos-da-puta,
diz o
pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau
para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem
e semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequenofilho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que
ele precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o
pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja,
o pequeno filho-da-puta.
II
o grande filho-da-puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
no entanto,
há filhos-da-puta
que já nascem grandes
e filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos
palmos, diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho-da-puta.
por isso
o grande filho-da-puta
tem orgulho em ser
o grande filho-da-puta.
todos
os pequenos filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
dentro do
grande filho-da-puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos-da-puta,
diz o
grande filho-da-puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz
o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho-da-puta.
é o grande filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa para ser
o pequeno filho-da-puta,
diz o
grande filho-da-puta.
de resto,
o grande filho-da-puta
vê com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja,
o grande filho-da-puta.
Los libres versos de RUI ZINK
Eu disse uma asneira
E fiquei de castigo
Sem Internet
A mãe disse-me para
Pedir desculpa
E eu disse que não
Mas depois mudei de ideias
Devo talvez dizer que
Eu queria mesmo muito
Ir à Internet
E prontos lá pedi
Desculpa
A mãe aceitou
As minhas desculpas
Mas não me deixou
Inda assim
Ir à Internet
E eu fiquei muito confuso
Então eu pedi desculpa e
Mesmo assim
Fico de castigo?
A mãe disse que sim
Por hoje
Pedi desculpa prontos
Amanhã já posso
Ir à Internet
Eu protestei
É injusto
Ó mãe eu pedi desculpa
Eu não sabia que
Pedir desculpa
Não me tirava do castigo
Deixa lá eu ir hoje
Ir à Internet
A mãe disse que não
Disse estava dito
Por hoje meditas
No assunto
E amanhã se te portares
Se me portasse bem talvez
Fiquei em silêncio
Um silêncio rabugento
Zangado
Um silêncio não-é-justo
Até que tive uma ideia
Uma ideia luminosa
Como tantas que viria a ter
Muitos anos volvidos
Quando os maus comportamentos
Fossem ultrapassados
e os pequenos vícios
aperfeiçoados
Ó pai não posso ir à Internet?